07/02/2012 00:58

Humanização na saúde é o caminho.

 

Por Reginaldo Tech

 

Humanização na saúde é o caminho.

Existem pesquisas e muitas pessoas costumam dizer que médicos mais próximos de pacientes fazem a diferença para que os mesmo obtenham cura. Vou um pouco mais longe e afirmo que, além dos médicos, os cuidadores, gestores e outros profissionais da saúde quando se aproximam mais dos pacientes, a cura é sempre melhor. Isto não é um chute, mas resultado de várias pesquisas no Brasil e outros países. Nesse caso, a saída é humanização no atendimento.

 

Há dez anos, o Ministério da Saúde vem implantando a Política Nacional de Humanização, que é o ponto de partida do trabalho realizado dentro do Projeto Humaniza SUS e pretende, objetivamente falando, implantar a humanização do sistema de saúde, partindo do princípio de que o acolhimento é o melhor caminho. Porém, humanizar a saúde não se restringe a treinar bom atendimento ou realizar palestras motivacionais aos envolvidos. A questão vai muito além disso.

 

Após oito anos ministrando palestras, treinamentos e consultorias em cidades como: Jaú, Paracatu/MG, Arealva, Macatuba, Ourinhos, Santa Cruz do Rio Pardo, São Sebastião da Grama, Botucatu, Mongaguá, Bauru, entre outras, estarei, neste mês de agosto, estarei ministrando palestra no Congresso Nacional das Santas Casas e hospitais filantrópicos, em Brasília/DF, e quero levar algumas novidades sobre a questão de humanização na saúde.

 

A minha tese é de que, ao invés de discussões teóricas a respeito de humanização, precisamos praticar e vivenciar a humanização e o acolhimento, ou seja, perceber que humanização na saúde, na verdade, é trabalhar com gestão estratégica. Não dá para se pensar em humanização sem que se realize um diagnóstico sobre as filas, os sistemas, os processos, o atendimento e a situação de trabalhadores da saúde e usuários em cada realidade, ou seja, dentro da situação de cada município.

 

É verdade que a relação entre trabalhador da saúde e paciente deteriorou-se, como também é verdadeira a afirmação de muitos cientistas que dizem: “não existem doenças, mas doentes”. Acontece que está faltando pro atividade e vontade política para muitos gestores e administradores, que continuam preocupados em dar continuidade a programas e atendimentos, sem que realizem um trabalho de gestão, que consiga melhorar o atendimento aos usuários e mesmo o atendimento interno ao colaborador.

 

Sem fazer trabalho vivencial, não vamos obter bons resultados e sem diagnosticar e medir as situações, também não. Vou dar um pequeno exemplo de algo comum em muitas unidades de saúde: a pessoa que atende na “porta de entrada”, normalmente, é uma pessoa que não deu certo em outros setores da administração ou alguém sem treinamento algum para receber as pessoas. E nesse lugar, na porta de entrada, o mínimo que se espera é que a pessoa a realizar o primeiro atendimento seja a mais preparada e com mais informações daquela unidade de saúde. Mas, geralmente, isso não acontece.

 

Ironicamente falando, talvez porque a preocupação dos gestores seja com a campanha de vacinação, que está chegando, ou com a reunião de gestores, que vai acontecer nesses dias, pontos importantes sobre atendimento, gestão estratégica e diagnósticos fiquem relegados a um segundo plano. O ideal é que os gestores busquem ajuda externa para melhorar o atendimento, o que não é tão difícil de acontecer. Se você quer conhecer mais sobre esse universo, entre no site: www.humanizabrasil.org.br.

 

Reginaldo Tech é professor, palestrante e consultor em humanização na saúde e acolhimento na educação. E-mail: escrevapara@reginaldotech.com.br

 

 

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