22/02 Mundo
Protestos por Alcorão deixam 6 mortos no Afeganistão
CABUL, 22 Fev (Reuters) - Seis pessoas foram mortas a tiros e dezenas ficaram feridas no segundo dia consecutivo de protestos no Afeganistão nesta quarta-feira por causa da queima de cópias do Alcorão, o livro sagrado do Islã, em uma base da Otan no país, disseram autoridades.
A Embaixada dos Estados Unidos disse que o seu pessoal estava em "confinamento" e que as viagens foram suspensas enquanto milhares de pessoas expressavam fúria por causa da queima, um desastre de relações públicas para as forças da Otan lideradas pelos norte-americanos que combatem militantes do Taliban.
O incidente acontece enquanto as tropas de combate estrangeiras se preparam para a retirada do país, programada para o final de 2014.
O governo dos EUA e o comandante norte-americano das forças da Otan no Afeganistão pediram desculpas depois que trabalhadores afegãos encontraram cópias queimadas do Alcorão enquanto recolhiam lixo da Base Aérea de Bagram, que fica a uma hora de carro ao norte de Cabul.
As desculpas não foram suficientes para conter a ira popular. Milhares de afegãos saíram às ruas gritando slogans antiamericanos.
Ganhar corações e mentes dos afegãos é vital para os esforços para derrotar o Taliban. Incidentes similares no passado provocaram profundas divisões e ressentimento entre os afegãos com relação aos milhares de soldados estrangeiros no Afeganistão.
Sete estrangeiros funcionários da ONU foram mortos durante os protestos registrados por todo o Afeganistão durante três dias em abril de 2011, depois que um pastor norte-americano queimou um Alcorão na Flórida.
Uma autoridade da área de segurança afegã, citando relatos da polícia, disse à Reuters que empreiteiros de segurança ocidentais trabalhando em um acampamento militar norte-americano em Cabul abriram fogo contra os manifestantes, ferindo vários deles.
A testemunha Rahimullah, de 17 anos, disse que seu irmão, Ghafar, de 23, recebeu um tiro de um dos empreiteiros na perna direita quando atirava pedras durante o protesto.
"Agora ele está no Hospital Daoud Khan", disse Rahimullah sobre o hospital no centro de Cabul.
Fonte: Reuters (Reportagem adicional de Amie Ferris-Rotman em Cabul e Imtiaz Shah in Karachi)
Mubarak se recusa a falar em última sessão do julgamento antes da sentença
Cairo, 22 fev (EFE).- O ex-presidente egípcio Hosni Mubarak e seus filhos, Alaa e Gamal, se recusaram nesta quarta-feira a dar declarações na última sessão do julgamento antes da sentença por suposto envolvimento na morte de manifestantes durante a revolução, disse à Agência Efe um advogado da acusação.
O advogado Ozman al Hasanaui indicou que o tribunal, instalado na Academia de Polícia do Cairo, deu a oportunidade ao ex-chefe de Estado e seus filhos de prestarem declarações, embora todos tenham se recusado a falar, ao contrário do ex-ministro do Interior Habib el Adly, que junto com seis de seus assessores é outro dos acusados no caso.
Segundo Hasanaui, Adly prestou depoimento durante mais de uma hora para responder aos argumentos da promotoria. O ex-ministro negou que a polícia tenha usado a violência contra os manifestantes ou que tenha matado cidadãos, mas que se fez isso em alguns casos foi sempre em defesa própria.
Adly destacou que a revolução foi 'pacífica' e que as autoridades sabiam com antecedência que ia ocorrer uma revolta popular por conta das condições sociais nas quais o povo egípcio vive.
O ex-ministro disse que seu departamento não conseguiu garantir a proteção dos manifestantes pela escassez de policiais, já que 'há apenas 120 mil agentes em todo o país', além de ressaltar que durante os protestos foi aplicado o chamado 'Plano 100' de segurança, que só permite o uso de equipamento antidistúrbios e que em nenhum momento foram usadas armas de fogo.
Nesta quarta-feira, deve ser anunciada a data da leitura da decisão judicial. Fora da sala onde ocorre o julgamento estão concentradas dezenas de pessoas, tanto familiares das vítimas da revolução quanto partidários de Mubarak, mas não foram registrados incidentes, como constatou a Agência Efe.
Fonte: EFE
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